terça-feira, 29 de junho de 2010

Ninguém Sabe o Duro que eu Dei

O documentário lançado em 2009 com direção de Claudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal, conta a trajetória de um dos maiores cantores da história brasileira, Wilson Simonal, que fez multidões o aclamarem e esquecê-lo.
De origem humilde, Simonal subiu até o topo da fama com sua voz e seu carisma inigualáveis.
Durante sua carreira fez grandes amizades como a do Rei Pelé, chegando até a acompanhar a Seleção Brasileira na Copa de 70 realizada no México.
Com sucessos como “País tropical” e “Mamãe passou açúcar em mim”, Simonal era considerado um homem arrogante e ingênuo.
Na década de 70 foi vítima de um desfalque arrebatador em sua empresa. Certo que o culpado seria seu contador, Raphael Viviani, Simonal o demitiu.
A esposa do contador, assustada com aparecimento de dois homens em sua casa para buscar seu marido, deu queixa a polícia afirmando que seria um seqüestro. Quando chegou em casa, Raphael decidiu entrar com uma ação trabalhista contra o patrão afirmando que foi seqüestrado e torturado inclusive com choques elétricos, até que ele assinasse a confissão. É neste momento que sua vida começa a mudar.
Em meio a toda essa confusão, Simonal foi acusado de ser informante do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) apoiando a ditadura e indo completamente contra aos seus amigos da classe artística que o viram como um grande traidor. Com toda a pressão e sua ingenuidade, Wilson Simonal admitiu ser amigo dos militares, assinando assim o fim de sua carreira e o começo de seu pesadelo.
O documentário conta com depoimentos indignados de seus filhos, Wilson Simoninha e Max de Castro e sua segunda mulher Sandra Cerqueira. Chico Anisio, Ziraldo, Nelson Mota, Sergio Cabral entre outros também tiveram suas participações relatando o que sabiam e o que pensavam. Não pode se deixar de dizer, que a imprensa teve grande papel nessa história, sempre afirmando que o cantor era culpado, principalmente o Pasquim.
Com toda a negação do Brasil, Simonal se afundou em uma terrível depressão deixando-se levar pelo alcoolismo.
Já no fim da vida o grande ídolo da década de 60 tentava quase em vão provar sua inocência ao país. Em uma participação no programa da Hebe, mostrou um documento da Comissão Nacional de Direitos Humanos, comprovando que: “Após pesquisa realizada nos arquivos de órgãos federais, como o SNI e o Centro de Informações do Exército, não foram encontrados registros de que Wilson Simonal de Castro tivesse sido colaborador, servidor ou prestador de serviços daquelas organizações.”
Simonal morreu aos 62 anos no dia 25 de junho de 2000 devido a Cirrose Hepática.